segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Maricá atrai construtoras e investidores por conta da proximidade com o município de Itaboraí, que vai abrigar o milionário Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)

A cidade de Maricá chama a atenção das construtoras e incorporadoras. A inserção do município no Grande Rio, a construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e do Arco Rodoviário estão atraindo novos empreendimentos imobiliários para a cidade, como o Vida Nova Maricá e o Terras Alpha Maricá, que prometem ser verdadeiros bairros, com opções de lazer, entretenimento e serviços.
Um dos responsáveis pela expectativa de crescimento ainda maior na região é a construção do Comperj, na cidade vizinha de Itaboraí. A refinaria da Petrobras deve gerar cerca de 170 mil empregos diretos, indiretos e por efeito de renda.
Para o diretor comercial da Habitare Imobiliária, Andrew Dias, a proximidade com Itaboraí deve atrair uma boa parte dos trabalhadores do Comperj para Maricá. Mas nem todo mundo que está comprando imóvel está pensando em morar na cidade. Para Andrew, a perspectiva de crescimento da cidade e a conseqüente valorização dos imóveis está atraindo muitos investidores. Segundo ele, os imóveis da região têm dobrado de preço a cada ano.
“A tendência para os próximos anos é que esse crescimento se mantenha principalmente com a chegada de grandes construtoras e incorporadoras de nível nacional. Então quem compra imóvel pode estar pensando nessa valorização e não apenas em morar em Maricá. Eu estimo que metade das pessoas que estão adquirindo imóveis hoje na cidade estão comprando como investimento”, diz Andrew Dias.
Expansão – De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população da cidade cresceu cerca de 40% na última década, chegando a 127 mil habitantes. E a tendência é que o município registre crescimento populacional ainda mais acentuado.
Segundo o presidente da Fator Realty, Paulo Fabbriani, responsável pelo Vida Nova Maricá, situado no distrito de Inoã, a cidade pode chegar a 500 mil moradores já em 2016, crescimento superior a 390%.
O crescimento vertiginoso de Maricá também tem outra explicação. Cidades como Niterói já não têm mais espaço para crescer e estão afugentando pessoas em busca de mais tranqüilidade.
“O Rio de Janeiro será a capital do Brasil nos próximos anos e é preciso expandir para outros locais”, diz Fabbriani. Para atender a essa nova demanda, seja de pessoas que vão trabalhar no Comperj ou moradores em busca de um qualidade de vida, está sendo construído o Vida Nova Maricá.
O empreendimento, enquadrado no programa “Minha casa, minha vida”, teve metade das 176 unidades da primeira fase vendidas em 20 dias. O projeto prevê 20 mil apartamentos com preço médio de R$ 120 mil. Paulo Fabbriani constata que o bairro está atraindo pessoas de várias regiões do Estado do Rio.
“Temos compradores de todas as regiões do Rio, como Serrana, zonas Sul e Oeste, e, claro, de todas as regiões de influência primária, secundária, terciária e quaternária em relação a Inoã”, afirma o presidente da Fator Realty.
Outro empreendimento que está mexendo com Maricá é o Terras Alpha Maricá. Em julho, 399 lotes foram postos à venda e, segundo o grupo Alphaville, todos foram vendidos em menos de um dia. O segundo lote vai incluir um grande centro comercial, que contará com lojas comerciais e escritórios, além dos lotes para moradias.
O projeto do empreendimento inclui um clube completo, com quadra poliesportiva, duas quadras de tênis, campo de futebol society, piscinas adulto e infantil, duas churrasqueiras, fitness, salão de festas, salão de jogos, sauna, playground, três praças temáticas (uma delas possui trilha para caminhada), estacionamento para visitantes, portaria e segurança 24 horas. A área verde do local é de mais de 55 mil metros quadrados.
Segundo o diretor de negócios da Alphaville Urbanismo S.A., Marcelo Willer, o posicionamento de Maricá é o grande atrativo para novos moradores. A cidade é vizinha de Itaboraí e está a apenas 50 quilômetros do Centro do Rio.
A construção do Arco Rodoviário, que ligará a BR-101 na altura de Itaboraí até o porto de Itaguaí, deverá reduzir a circulação de caminhões por dentro das cidades e reduzir o trânsito em importantes vias como a Ponte Rio-Niterói, diminuindo o tempo de percurso para os moradores.
“As pessoas já começaram a perceber o processo de valorização que está acontecendo na região. Além disso, a cidade oferece qualidade de vida, está próxima da praia e da natureza, sem se afastar muito dos grandes centros de Niterói e do Rio”, destaca Marcelo Willer.
Infraestrutura – No entanto, para conseguir acomodar todos esses novos moradores, a cidade vai precisar melhorar o acesso à água potável e levar asfaltamento à maioria das ruas. A cidade receberá cerca de R$ 51 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que deverão ser empregados em obras para melhorar a infraestrura.
De acordo com Andrew Dias esse é o maior problema que Maricá deverá enfrentar para os próximos anos. “O nosso calcanhar de aquiles é a questão da infraestrutura. Falta investir em água encanada, por exemplo. Isso não é uma questão deste governo, mas uma deficiência histórica do município”, avalia Andrew.
O corretor de imóveis Francisco Chalréo, responsável pelo condomínio Jardins da Costa, concorda que Maricá ainda precisa melhorar em infraestrutura. “Maricá tem uma infraestrutura que ainda está precária. Aqui em Inõa a situação está melhorando por conta do investimento privado em condomínios residenciais e prédios comerciais”, afirma o corretor.
Francisco Chalréo e sua mulher, Regina Célia, são exemplos de pessoas que resolveram investir na região. A família dela possuía um terreno de 80 mil metros no distrito de Inoã. Em 2003, o casal resolveu lotear o terreno para construção do condomínio Jardins da Costa, composto por 116 lotes com preço médio de R$ 70 mil.
“A gente preferiu apostar e promover o crescimento na região do que vender o terreno a um preço mais baixo”, completou Francisco Chalréo.

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